10 de dez. de 2010

Avaliando as postagens!

 


Pessoal,
Vou fazer aqui alguns comentários gerais sobre as postagens de vocês, para depois fazer comentários específicos na postagem de cada um, ok?
Além disso, estou colocando abaixo uma postagem minha sobre a Agenda 21 de Bayamo (Cuba), para que vocês consigam visualizar exatamente o que é que estamos tentando dizer quando chamamos a atenção de vocês para a necessidade de serem mais “cuidadosos” com aquilo que fazem!
Tínhamos dois principais objetivos com esta tarefa: a) fazer com que vocês procurassem conhecer o potencial deste instrumento de gestão ambiental a partir da realidade concreta de quem está tentando aplicá-lo e, b) estimular vocês à realização de um exercício de síntese e organização de idéias, a partir do uso de uma ferramenta poderosa para o ensino, que é a criação de um blog compartilhado.
 
Não tenho dúvida nenhuma de que o primeiro objetivo foi alcançado com êxito. Temos, aqui, exemplos de Agenda 21 de diferentes lugares do mundo, criadas a partir de contextos e esforços bastante diversificados. É visível que muitos de vocês não se contentaram com a pesquisa mais fácil, investigando mais a fundo, complementando informações, vencendo a barreira dos idiomas, enfim..., tentando fazer o seu melhor.
 
Já no que se refere ao segundo objetivo, acho que a maior parte das postagens deixa muito a desejar, e eu vou procurar apontar os problemas de forma bastante objetiva: 
 
- Em quase  todos os textos é possível encontrar problemas grosseiros de concordância, consequência de quem não revisa, não lê o que escreve; essa é uma característica imperdoável para futuros professores, porquê vocês jamais poderão cobrar dos seus alunos algo que vocês próprios não são capazes de fazer;
- Com raras exceções, não há uma preocupação maior com o visual da postagem, como se a importância do conteúdo por si só fosse suficiente para atrair um leitor. Isso está errado! A forma e o conteúdo são características indissociáveis, e uma deve potencializar a outra. Por maior que seja a qualidade do texto, se não há figuras, se o texto é apresentado em “bloco corrido”, com fonte pequena ou espaçamento muito apertado... JÁ ERA!!! Ninguém vai se interessar em ler;

- Na maior parte dos casos, comparando a postagem com a fonte de informação original da Agenda 21 da cidade, é possível perceber que uma enorme riqueza de informações foi deixada de lado. Claro que vocês vão alegar a restrição de espaço para a postagem, mas a questão central está na escolha das informações e na capacidade de síntese que, diga-se de passagem, não é um dom divino, mas algo que se adquire com muito esforço e exercício.  A informação a ser comunicada precisa ser curta, objetiva e completa. Reconheço que este é um enorme desafio, mas insisto: quando vocês resolveram seguir esta linda e revolucionária profissão, estava nas letrinhas pequenas do contrato, que vocês iriam se esforçar para vencer este e tantos outros desafios que se colocam no caminho da formação humana. Bem-vindos à luta!!
 
Agenda 21 de Bayamo (Cuba)
 
A cidade de Bayamo, capital da província de Granma, foi fundada em 1513, contando hoje com pouco mais de 140.000 habitantes, tendo sido escolhida, entre oito cidades, como a primeira de Cuba a implantar um projeto-piloto de Agenda 21.

Com grande riqueza histórica, arquitetônica e cultural, a cidade ostenta, desde 1936, o título de Monumento Nacional de Cuba.
A agenda 21 de Bayamo, em discussão desde 2003, insere-se em um programa do PNUD intitulado Iniciativa de Parcerias contra a Pobreza (APPI). O Programa visa fortalecer a capacidade e o papel de liderança de autoridades locais de cidades médias (de 50.000 a 5000.000 habitantes) de países de menor desenvolvimento, para integrar os problemas socioambientais ao planejamento e à gestão urbana, estimulando soluções criativas e sinergias entre os diferentes atores.
 
Tal como em outros locais, a Agenda de Bayamo se desenvolveu em quatro fases distintas:

  • Fase preparatória (diagnóstico socioambiental do município)
  • Consulta Popular para hierarquização dos problemas;
  • Formulação e implementação de estratégias
  • Aplicação, monitoramento e avaliação do processo
 Todo esse processo levou em conta a necessária interação entre a visão estratégica, a ação de gestão e a participação comunitária, como se pode perceber no esquema abaixo:
 

Dentre os principais temas apontados pelo Diagnóstico Socioambiental para serem tratados pela Agenda 21 de Bayamo, encontram-se:

  • A degradação do rio Bayamo;
  • As deficiências no sistema de coleta, reciclagem e disposição de resíduos sólidos;
  • As limitações para o transporte da população;
  • A necessidade de espaços públicos e centros urbanos em nível de bairro
Com a maior parte dos empregos distribuídos entre os setores de serviços (39%), agricultura (24%) e indústria(20%), a cidade de Bayamo conta com três setores bastante distintos no que se refere à qualidade das residências, oferta de serviços e redes técnicas:
 
Planta urbana da cidade de Bayamo, com destaque para a Zona Norte, com maiores problemas de infra-estrutura e qualidade das construções, o que a coloca como prioridade aos projetos de intervenção

 
Dentre os principais problemas relatados, encontram-se:

  •  Ausência de um anel viário de contorno da cidade, acarretando em fluxo de caminhões em meio ao centro urbano;
  • Sinalizações deficientes;
  • Ausência de ciclovias;
  • As rotas oficiais de charretes não prestam serviço à toda a cidade;
  • Mau cheiro nas ruas produzido pelos dejetos dos animais de tração;
  • Atraso nos ônibus por falta de combustível ou peças de reposição;
  • Os ônibus não atendem a toda cidade, devido a má conservação de algumas vias.
Neste processo de construção da Agenda 21, diferentes setores da comunidade e lideranças populares foram chamados a se manifestar, apontando os problemas, definindo prioridades e discutindo soluções para a melhoria dos problemas da cidade.
A partir desta consulta popular, duas iniciativas ganharam força em Bayamo:
1) implantação de projetos-piloto demonstrativos, buscando atender às questões definidas na consulta popular e selecionados em função do seu impacto sobre grupos mais vulneráveis e pela importância ambiental da ação;
2) Implantação de um Sistema de Manejo da Informação Ambiental, criado a partir de um ambiente de SIG, a fim de melhor gerenciar as ações de controle da qualidade ambiental do município.
 

Ao longo destes sete anos de Agenda 21, alguns resultados já são bastante visíveis, como, por exemplo, a recuperação ambiental do rio Bayamo em seu trecho urbano, onde foram alcançados os seguintes resultados:

 
Para mais informações, vocês podem acessar:


Postagem: Adriano S. Figueiró
 
 
 
 
 
 
 
 
 

9 de dez. de 2010

Curitiba, capital pioneira em sustentabilidade urbana.

Curitiba, capital do estado do Paraná, de acordo com Censo 2010 com uma população de 1.746.896 habitantes, a oitava cidade mais populosa do Brasil, foi considerada a cidade com melhor qualidade de vida a nível nacional.
Inserida no bioma mata atlântica, o mais devastado dos biomas brasileiros, tem como vegetação característica a floresta ombrófila mista, a típica floresta de araucárias. Contudo, medições recentes indicam que a área verde de Curitiba é de 51,5 m² por habitante - cerca de três vezes superior à área mínima recomendada pela ONU - sendo um dos índices mais altos do Brasil. Os principais remanescentes da vegetação nativa estão presentes em parques e bosques municipais que visam preservar parte das matas ciliares de rios locais, como o rio Barigui e o rio Iguaçu. Há também na cidade uma grande variedade de praças e logradouros públicos, associados a vias públicas habitualmente bem arborizadas.
Em uma lista das “15 Cidades Verdes” do mundo, feita no ano de 2007 Curitiba figurava o 3º lugar.
Estes dados, provavelmente devem-se ao fato de Curitiba possui em seu histórico de urbanização uma preocupação com o planejamento urbano sustentável. Pois desde cedo a capital preconiza ideais e conceitos de sustentabilidade que só seriam realmente discutidos anos mais tarde, e tem por base, ao longo de toda a sua história os princípios definidos pelos compromissos mundiais que tratam da vida em ambiente urbano, entre eles, os fóruns Cidades Sustentáveis, Habitat e Agenda 21 e o consenso de que os poderes locais são seus principais executores. Segundo a IPPUC (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba) As primeiras preocupações com as condições físicas e de urbanidade da cidade datam do século XIX, em 1886, apenas 33 anos após a sua emancipação política, Curitiba constrói O Passeio Publico, seu primeiro parque. Em uma época em que medidas de sustentabilidade urbana ainda eram pouco visadas, demonstrando visão de futuro. Poucos anos depois, com a expansão populacional, outras medidas tornaram-se necessárias, como o Código de Posturas de Curitiba, onde estavam incluídos padrões de higiene, aperfeiçoamento da estrutura da cidade e o estabelecimento de regras para a coleta do lixo.
Em 1996 é aprovado o plano direto de Curitiba, cujas diretrizes básicas: uso do solo,sistema viário e transporte urbano; tinham como objetivo ordenar o crescimento da cidade ao longo dos eixos estruturais.
Uma importante estratégia que sustenta o modelo de Curitiba foi a priorização do transporte coletivo sobre o individual, que teve inicio na década de 70 e é uma das soluções curitibanas de maior repercussão nacional e internacional, como exemplo de inovação sustentável.
Apartir do final dos anos 80, Curitiba assume a portura de “Cidade Ecológca”, tornando programas institucionais nesse setor parte da rotina de sua população.
No entanto, somente em 2005, o Vereador, Aladim Luciano, submete o projeto de lei que INSTITUI O PROGRAMA DA AGENDA 21 LOCAL, NO ÂMBITO DO MUNÍCIPIO DE CURITIBA E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS. Alegando que a capital padece dos males dos grandes centros brasileiros Onde a Agenda 21 Local serviria para a implantação do Desenvolvimento Sustentável nas cidades e comunidades, melhorando a qualidade de vida de toda a população sem destruir o meio ambiente. Serviria também para tornar as cidades mais humanas e para garantir um futuro melhor para os nossos filhos e netos.
No mesmo documento, cria-se um Fórum Permanente da Agenda 21, com a função de ser a instância deliberativa e executiva do Programa da Agenda 21 local.
O contexto histórico da sustentabilidade na capital do Paraná, a destaca como exemplo de sucesso a nível mundial, através de medidas urbanização pioneiras criativas e o principal de tudo sustentáveis.


Bibliografia:
Cidades sustentáveis para um mundo sustentável, a experiência de Curitiba, Maria Carmen Mattana Sequinel, Antoninho Caron



Gabriela Moraes Azevedo, acadêmica do curso de Biologia, Universidade Federal de Santa Maria

Montevideo

   Montevideo capital e maior cidade uruguaia, é também a sede administrativa do MERCOSUL, é a cidade sul-americana com a maior qualidade de vida.  Em 5 de junho de 2000 durante a primeira Assembléia Ambiental  de Mondevideo, analisou-se, discutiu-se e foi aprovada a Agenda Ambiental 2000 e no Fórum de Meio Ambiente e com Carta Ambiental de Montevidéu, Montevidéu ganhou uma Agenda 21 Local. Em 05 de junho de 2002, a Segunda Assembléia Ambiental aprovou uma nova versão da Agenda Ambiental de Montevidéu, incorporando uma rigorosa avaliação dos progressos e dificuldades em diferentes áreas abordadas e as propostas com base em cenários desejados.  Em Montevideo a Agenda Ambiental reconheceu que a crise ambiental é o resultado de uma prática que favorece o ganho a curto prazo, desconsiderando o bem-estar dos seres vivos. Esta abordagem  tem como objectivo tornar a sociedade sustentável e duradoura.
Foram redigidos os Princípios da Política Ambiental - Justiça Ambiental: direito a um ambiente seguro, saudável, produtivo e sustentável para todos e um tratamento justo e um envolvimento significativo de todas as pessoas independentemente da cor, nacionalidade, estado econômico com respeito ao desenvolvimento, implementação e aplicação das leis, regulamentos e políticas ambientais. De acordo com a Lei de Proteção Ambiental: A prevenção e um doscritérios de prioridade de toda a gestão ambiental e outros, onde o perigo de danos graves ou irreversíveis, não pode ser por falta de plena certeza científica ou técnica,  uma razão para a não adoção medidas preventivas.
 Uma das metas estabelecidas pela Agenda 21:"melhorar ou reestruturar o processo de decisão para o desenvolvimento socio-econômico e ambiental que estão plenamente integradas nas políticas nacionais, assegurando uma ampla gama de participação popular. "
Na Agenda Ambiental 2002 MONTEVIDÉU - Ocorreu a realização de WORKSHOP
(Recursos Hídricos, RESIDUOS SOLIDOS, Áreas Naturais e Rurais, e atmosfera) afim de porpor, analizar, e discutir soluções e alternativas sustentáveis para lidas e gerir estas áreas:
Resídous sólidos 45 propostas
Àreas Naturais e rurais 16 propostas já realizadas, e mais 30 Propostas
Recursos Hídricos 12 propostas (5 obras concluidas, 2  em definição,  5 em licitação e 2 em obras)
Atmosfera 5 propostas (qualidade da atmosfera), 6 (setor residencial), 10 (em transporte) 8 a curto prazo, 4 a médio prazo e 1 a longo prazo